PARTE II - BUSCA DA FELICIDADE
CAPÍTULO 1 - SEM LIMITES

CAPÍTULO 2 - JANTAR DO DON

CAPÍTULO 3 - POÇÃO ROXA

CAPÍTULO 4 - PAIXÃO COLORIDA
As cores se misturam, os efeitos da lean ainda são sentidos. O dinheiro talvez não compre a felicidade, mas permite pagar duas acompanhantes nuas em uma cama, em um quarto de uma villa de luxo. Conheci Lisa e Shanon na saída de uma boate em Cannes. Duas mulheres magníficas, em casal, que vendiam seus corpos por 3000 euros a noite. Eu me sentia sozinho, sentia falta da Sarah. Definitivamente, eu tinha o dom de me apaixonar por prostitutas. Enquanto eu enrolava o enésimo baseado deste começo de noite, essas duas criaturas sublimes se beijavam, se acariciavam. É lindo. Eu desafiaria qualquer católico anti-LGBT a não se maravilhar diante de tal espetáculo. A mistura das cores, a pele ébano de uma contrastando com o branco neve da outra, uma ruiva magnífica com cabelos flamejantes. O amor e a paixão que emanam dessa cena são indescritíveis. Estamos longe, muito longe dos inúmeros pornôs que embalaram minha infância. Eu pensava que esse tipo de espetáculo inflaria meu ego, me via como um Rocco Siffredi nojento, a mão na cueca, proferindo palavras sujas para aumentar a temperatura. Mas me sinto deslocado nessa sala, e de forma alguma gostaria de sujar esse quadro. Procuro no bolso e encontro um cartão de LSD, cuidadosamente embalado em um plástico de pacote de cigarros. Coloco na língua, não deveria me fazer mal.
CAPÍTULO 5 - PORTAS DA PERCEPÇÃO
Meu cérebro está fervendo, as pupilas dilatadas ao máximo. Deitado no tapete, observo o lustre no teto, que me encara desde sempre. O que ele sabe sobre mim? Por que me fixa em seu halo de luz? Ele penetra minha mente? Deve saber o que aconteceu lá no Marrocos. Preciso parar de olhar para ele, de dar muitas informações. Apoio as mãos no chão para me levantar, meus dedos deslizam pelos longos pelos macios desse enorme tapete. Nunca acariciei algo tão macio. Parece pele de animal, e quando aproximo meu rosto desse fabuloso penugem, os pelos crescem até o teto. Me levanto e me encontro numa floresta de lã. Navego num casulo de suavidade, meus sentidos se aguçam, minha mente desperta. Ao longe, os gemidos de prazer das minhas convidadas adicionam um toque mágico a essa viagem psicodélica. Estou bem aqui, os braços dormentes mas relaxados, sinto o ácido até o fundo das minhas veias. Mas de repente, sinto falta da Sarah. Por que a deixei naquele estacionamento, o que a polícia fez com ela? De repente, o sonho vira pesadelo, meu coração aperta, fico angustiado. Me encolho num canto da sala e acendo um cigarro. Sou rico, chapado e triste.
CAPÍTULO 6 - GRANDE FUGA
A campainha da casa me faz pular um metro. Saio da minha viagem num instante. Ninguém sabia realmente que eu estava ali. A câmera do interfone está quebrada... ótimo. Olho pelo olho mágico temendo ver um cano de 9mm do outro lado. Mas é o olhar dela que eu vejo. Seu olhar magnífico. Ela me encontrou. Eu abro a porta para ela, e os longos minutos que se seguem são uma sinfonia suntuosa, onde fluido vaginal e suor se misturam e se harmonizam melodiosamente. Seu cheiro, sua pele, a curvatura de seus seios, tudo estava exatamente como nas minhas lembranças. Eu a tinha encontrado, agora podia florescer na minha vida, novamente, rico ao lado dela, atravessando os estados ao volante de um Aston Martin como Jay-Z e Beyoncé em “Bonnie & Clyde”. As duas garotas semi-nuas que se mexem na sala não parecem incomodá-la muito. Isso é um ponto positivo. Afinal, elas fazem o mesmo trabalho. Todos esses anos buscando a felicidade, finalmente sinto que alcancei meu objetivo. O que vou fazer com todo esse dinheiro? Essa se tornou minha pergunta favorita. Aninhado em seus braços, a endorfina percorre meu corpo. Mas a despreocupação dura pouco. Disparos ecoam, a janela de vidro explode, era bom demais para ser verdade.